DESEJO AMARELO
Prof. Alcides José Arnhold - Romance
R$ 10,00

INTRODUÇÃO

O homem vem acumulando conhecimentos desde os tempos idos. Muitos fatos, pequenas descobertas, às vezes julgados sem muita importância e até aparentemente insignificantes, produzem grande conhecimento e grande sabedoria que se transformam em peças fundamentais da história, da cultura, da tecnologia e da própria ciência.

A humanidade sempre busca fazer o melhor. Quem faz é porque conhece. Quanto mais vivemos, mais aprendemos. E o acúmulo de conhecimentos é o resultado daquilo que a vida nos proporciona no viver do dia-a-dia.

Faça parte desta humanidade. Sou apenas um simples e minúsculo elemento em meio à grande diversidade. A minha sensação de mundo é de intensidade diferente da de todos os outros elementos e seres que compõem esse universo. Posso até ser influenciado pela mesma palavra, pelo mesmo fato, pela mesma pessoa, pelo mesmo fenômeno, porém, o grau de intensidade que isso me desperta é somente meu. Só eu sei e sito o quanto eu me deixo sensibilizar por isso.

A história é composta de pequenos fatos e acontecimentos que, somados, produzem o seu todo.

E assim está à disposição de você, leitor, a história da ocupação territorial de um pequeno espaço do Rio Grande do Sul. Pode ser a minha, pode ser a sua ou pode ser a nossa história. O certo é que somos, hoje, frutos desses pequenos momentos que, somados aos de todos os colonizadores, formaram a nossa economia, a nossa política e os nossos valores, a nossa cultura, as nossas raízes e o nosso povo.

A colonização do Rio Grande do Sul se caracteriza pela ocupação lenta e simultânea de pequenas áreas em regiões geográficas diferentes e por etnias vindas de territórios também diferentes da Europa do próprio Rio Grande do Sul que encontraram aqui o habitante nativo.

Em cada situação geográfica, uma cultura. A serra gaúcha fica destinada aos descendentes de italianos. As planícies, aos descendentes de alemães. A campanha já estava tomada pelo pêlo duro; as matas, pelo habitante nativo e pelos índios.

A parreira, o hortigranjeiro, a criação de gado, a exportação da carne, o desbravamento, a agricultura e a indústria trouxeram muitas divisas para o Estado do Rio Grande do Sul. Com a ocupação do espaço, as culturas de cada etnia também era assentadas e cultivadas onde o colonizador se instalava. Elas faziam e fazem parte do universo de cada família, de cada localidade, de cada região, de cada Estado e de cada país.

Os ciclos da economia também foram sendo alterados conforme as necessidades estabelecidas por países estrangeiros e, às vezes, até, por parâmetros estabelecidos pela prórpia população que criava suas preferências e exigências de acordo com o “status” e a classe social a que pertencia quem trabalhava com a terra. O poder econômico do exterior produzia grandes influências, inclusive, nos mais ricos que aqui tinham chegado e permaneceram nos povoados, não indo para o interior. E os que se deslocaram para o centro do Estado, evidentemente que também foram atingidos por essas mesmas infuências culturais.

O que hoje é lavoura mecanizada, outrora já foi mata virgem. Não nos cabe aqui discutir a questão desmatamento sendo substituído por produção de grãos e as áreas ocupadas pela pecuária dando lugar, mais tarde, também aos grãos. Interessa, sim, trazermos como o espaço foi ocupado e com o que ele foi utilizado, altos e baixos, mercado e todos os elementos que envolveram essa ocupação.

As cidades cresceram, a agricultura continua na incerteza. Uma lição restou: e o futuro, a partir deste momento, o que nós faremos dele? É a grande pergunta que todos os que recebiam sua terra ou ocupavam um espaço para ser explorado buscavam no trabalho de exploração do solo para sobrevivência.

E ela ainda permanece sem resposta.